Karma: Escolhas, Não Destino - Como Transformar Seu Destino com Consciência

A Cartomante
15 de out. de 2024
7 min de leitura

Tem uma palvra que eu escuto MUITO desde sempre nas consultas e está na boca de todo mundo que transita no mundo esotérico: Karma.

Esse conceito pequenino que foi muito popularizado pela cultura New Age vem sendo moldado de maneiras que nem sempre são éticas, convenientes e verdadeiras. E é exatamente por isso que vamos botar o dedo na ferida nesta sexta-feira (que aqui em Florianópolis é chuvosa). Porque meu maior desejo hoje é que vocês compreendam que o Karma não deveria ser uma palavra que representa um grilhão nos nossos pés. Em nossa jornada de hoje vamos entender que Karma não é sinônimo de prisão e vamos fazer uma viagem por algumas culturas para vocês chegarem nessa conclusão juntinho comigo.

O que é realmente Karma?

Você já ouviu alguém dizer que está "pagando" por algo que fez no passado? Ou que precisa aceitar uma situação difícil porque é o seu "karma"? O conceito de karma é frequentemente mal interpretado e, muitas vezes, é usado como uma forma de justificar o sofrimento ou a dor que alguém está vivenciando. Mas, afinal, o que realmente é o karma?

Karma, em sua essência, é um termo que se refere à lei da causa e efeito. Cada ação que tomamos, seja positiva ou negativa, gera uma consequência que pode ressoar em nossa vida. Porém, essa ideia não deve ser encarada como uma punição ou um fardo a ser suportado. O karma é uma oportunidade para aprender, crescer e evoluir.

Ou seja: fiz aqui, deu ruim e agora posso aprender a fazer diferente. E não essa coisa à lá Inferno de Dante em que a gente vai ficar a eternidade sendo castigado porque escolheu “a” e era “b”.

Culturalmente falando…

O conceito de karma transcende fronteiras culturais, sendo interpretado de várias formas em tradições ao redor do mundo. Vamos explorar como diferentes culturas veem o karma e o que isso pode nos ensinar sobre nossas próprias vidas.

Hinduísmo: A Lei do Retorno

No hinduísmo, karma é uma das principais doutrinas que fundamentam a filosofia da reencarnação. Cada ação, pensamento e palavra tem consequências que se estendem para além de uma única vida. Temos isso em comum com o espiritismo inclusive. O karma pode ser visto como um ciclo de causa e efeito que se acumula ao longo das reencarnações, influenciando não apenas a vida atual, mas também as futuras. Os hindus acreditam que, ao acumular bom karma, a alma pode ascender em seu ciclo de vidas e, eventualmente, alcançar a liberação (moksha) do ciclo de nascimento e morte.

Budismo: Karma como Ação

No budismo, o conceito de karma também é central, mas é tratado de maneira um pouco diferente. Aqui, karma não se refere apenas ao resultado de ações passadas, mas à intenção por trás dessas ações. O budismo enfatiza a importância do estado mental ao agir; boas intenções geram bom karma, enquanto ações motivadas por avareza, ódio ou ignorância geram resultados negativos. Os budistas veem o karma como um guia para o desenvolvimento espiritual e a libertação do sofrimento.

Jainismo: O Acúmulo de Karma

Outra tradição que possui uma visão única sobre o karma é o jainismo. Para os jainistas, o karma é uma substância sutil que se acumula nas almas em virtude de ações e pensamentos. Eles acreditam que o karma é a causa do sofrimento humano e que a libertação (moksha) só pode ser alcançada através da purificação da alma e da eliminação do karma acumulado.

Culturas Ocidentais: O Karma como Reflexão de Ações

Embora o termo "karma" não seja amplamente utilizado nas tradições ocidentais, conceitos semelhantes podem ser encontrados. A ideia de que "o que vai, volta" é um princípio comum em muitas crenças e filosofias. O cristianismo, por exemplo, aborda temas como "colher o que se planta", refletindo a mesma noção de que nossas ações têm consequências. Na Wicca, temos a lei do retorno… Para o espiritismo, nossas ações reverberam na próxima vida… E assim por diante.

Uma Conexão Universal

Independentemente da cultura, o karma nos ensina que somos responsáveis por nossas ações e que elas moldam nosso caminho. Em vez de ver o karma como uma punição ou um peso a ser carregado, podemos adotá-lo como uma oportunidade para aprender e crescer. Essa visão pode nos empoderar a fazer escolhas mais conscientes e a nos libertar de padrões prejudiciais. E é aqui que quero chegar.

Karma na Cultura New Age: Uma Interpretação Distinta

Nos últimos anos, o conceito de karma ganhou uma nova dimensão na cultura New Age, onde tem sido amplamente reinterpretado e, muitas vezes, desvirtuado. Nessa perspectiva, o karma é frequentemente visto como uma ferramenta para justificar experiências de vida, mas não necessariamente em um contexto de responsabilidade pessoal e aprendizado.

A Simplificação do Karma

Na cultura New Age, o karma é muitas vezes simplificado como uma forma de “lei da atração”, onde se acredita que pensamentos e vibrações positivas atraem experiências positivas, enquanto pensamentos negativos geram consequências negativas. Essa interpretação pode parecer empoderadora à primeira vista, mas, na realidade, ignora a complexidade e a profundidade do karma. Em vez de encarar as dificuldades da vida como oportunidades de aprendizado, essa visão pode levar à crença de que tudo o que acontece é resultado direto de nossas intenções, fazendo com que pessoas se sintam culpadas por experiências adversas que estão fora de seu controle.

Karma como Sentença

Além disso, algumas práticas New Age têm distorcido o conceito de karma ao usá-lo como uma forma de sentença. Muitas vezes, ouve-se frases como “é seu karma sofrer isso” ou “você está pagando por algo que fez em outra vida”. Essa abordagem pode ser emocionalmente desgastante e contraproducente, porque obviamente transforma o karma em um fardo a ser suportado em vez de uma oportunidade de transformação e crescimento pessoal. Essa perspectiva também pode alimentar a ideia de que as pessoas devem aceitar passivamente situações abusivas ou prejudiciais em nome do "karma", o que é desaconselhável e prejudicial!!

Empoderamento Através do Entendimento

A chave para desmistificar o karma na cultura New Age é entender que ele deve ser visto como um convite ao autoconhecimento e à responsabilidade. Cada um de nós possui o poder de escolher nossas ações e, consequentemente, moldar nossas experiências de vida. A verdadeira essência do karma é a compreensão de que nossas ações têm consequências, mas também que temos o poder de mudar nosso caminho através de escolhas conscientes e empoderadas.

Ao nos afastarmos das interpretações superficiais e nos conectarmos com as raízes filosóficas do karma, podemos encontrar um caminho mais autêntico e terapêutico para o crescimento pessoal e espiritual. :)

Desmistificando Essa História de “Karma”

A primeira coisa que quero começar dizendo é que em universo NENHUM o Karma de uma pessoa é lidar com o Karma de outra. Jamais. Karma é como roupa íntima: pessoal e intransferível. Então se você escutar em uma consulta que você deve permanecer em uma relação (amorosa, familiar…) porque é seu Karma carregar aquela pessoa, fuja para as colinas!

Desfazendo Mitos: Karma Não é Sinônimo de Punição

Um dos maiores mitos que cercam o conceito de karma é a ideia de que ele é uma forma de punição. Essa interpretação pode ser extremamente prejudicial, levando as pessoas a acreditarem que estão condenadas a viver experiências negativas como resultado de ações passadas. Essa visão distorcida do karma cria um ciclo de culpa e sofrimento, onde as dificuldades da vida são vistas como castigos divinos. Na realidade, o karma é muito mais complexo e terapêutico. Ele nos convida a refletir sobre nossas ações e suas consequências, não como uma forma de punição, mas como uma oportunidade de aprendizado e crescimento.

O Verdadeiro Poder do Karma: Escolhas Conscientes

Karma é, na verdade, um convite à responsabilidade e à autoconsciência. Cada ação que tomamos, cada pensamento que nutrimos, molda nosso caminho e impacta não apenas a nós mesmos, mas também aqueles ao nosso redor. Quando entendemos o karma como um sistema de feedback em vez de uma sentença, começamos a ver o verdadeiro poder que temos em nossas mãos. Podemos fazer escolhas mais conscientes, direcionadas por nossas intenções e valores, e assim criar um futuro mais alinhado com o que realmente desejamos. Essa percepção nos empodera a transformar experiências difíceis em lições valiosas e a cultivar um ciclo de ações positivas.

Reflexão Terapêutica: Como Usar o Karma para Se Empoderar

Ao considerar o karma em nossas vidas, é importante adotar uma abordagem reflexiva e terapêutica. Em vez de nos sentirmos sobrecarregados pela ideia de que somos punidos por nossas ações passadas, podemos usá-las como uma oportunidade de introspecção e transformação. Pergunte a si mesmo: “O que essa experiência está me ensinando?” ou “Como posso usar isso para crescer e melhorar?” Essa prática de reflexão não apenas nos ajuda a compreender melhor nossas vidas, mas também nos permite liberar a culpa e o medo, substituindo-os por autocompaixão e empoderamento. Ao nos reconectarmos com o verdadeiro significado do karma, encontramos um caminho mais leve e cheio de possibilidades.

Karma Como uma Jornada de Crescimento, Não de Castigo

Quando a gente reflete sobre o karma, é essencial compreender que ele não é um fardo a ser carregado, mas sim uma jornada de crescimento e aprendizado. Cada um de nós é um viajante em sua própria história, e o karma nos oferece as ferramentas necessárias para navegar por essa jornada com consciência e propósito. Em vez de encararmos as dificuldades como punições, podemos vê-las como oportunidades de transformação que nos guiam para um maior autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Que inclusive, foi o que aconteceu bastante com a gente em 2024 até Agosto com a regência do Arcano A Torre em um Ano Universal 8.

Vou deixar para finalizar um momento bônus de excelentes perguntas para serem trabalhadas em uma Consulta aos Oráculos. O Karma pode sim ser abordado em uma consulta se o entendermos como essa lei de retorno: ação e reação.

“Perguntas de reflexão Kármica para os Oráculos” OU AINDA “Perguntas que você pode fazer para você mesmo hoje”:

Quais são as lições que aprendi com as dificuldades que enfrentei?
Como minhas escolhas passadas influenciam meu presente e meu futuro?
De que maneira posso transformar experiências negativas em oportunidades de crescimento?
Quais são as intenções que quero manifestar a partir de agora?

Essas perguntas são um ótimo ponto de partida para quem deseja se aprofundar no entendimento do karma em sua vida. Ao usá-las como guias, você pode acessar uma compreensão mais profunda de sua jornada e das energias que a permeiam.

Que você consiga se empoderar deste conceito, utilizar de forma trasnformadora e não viver em sofrimento por uma carga que não existe.

Com Carinho,

Kim Knoche - A Cartomante