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O Tesouro da Jornada: A Plenitude em 'O Mundo' e a Mala do Meu Bisavô

Olá, companheiros de jornada! A Newsletter dessa sexta tem como missão fazer a devida apresentação de um Arcano que vai ser bem importante para a gente até o fim de 2024: o segundo e último Arcano regente de 2024, O Mundo. Já falamos um pouquinho dele na edição anterior quando expliquei para vocês o significado base de cada um dos Arcanos Maiores. Mas hoje vamos dar um zoom nele e principalmente, relacioná-lo com o nosso Ano Universal 8, e entender o que ele nos traz depois do período de regência ativa do Arcano “A Torre” (se você não leu a Newsletter 1, pode ser uma boa ideia dar uma lida lá para entender o famoso “nos episódios anteriores”).

Para fazer isso, vou contar algumas histórias aqui hoje, mas prometo que vão ser importantes para a gente se preparar para a última etapa do Ano de 2024 que inicia energeticamente em Setembro. São duas histórias pontualmente. Uma, do caso de uma Consulente que acompanho desde 2022. Outra história, é sobre uma figura importante para mim: meu bisavô. Partiu?

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Primeira parada: O Mundo e a Plenitude

Mas afinal de contas, o que simboliza a carta “O Mundo”?! Bem, "O Mundo" é o vigésimo primeiro e último dos Arcanos Maiores no Tarot, representando a culminação de uma jornada e a realização de um ciclo. Este arcano é um símbolo poderoso de completude, harmonia, sucesso e integração. Quando ele aparece em uma leitura, sugere que o consulente está em um ponto de plenitude e realização, onde seus esforços chegaram a um desfecho bem-sucedido. Guardem esse conceito porque vamos voltar para ele logo menos.


Simbolismo e Iconografia

A imagem tradicional de "O Mundo" geralmente apresenta uma figura andrógina ou feminina, envolta em um véu ou manto, flutuando dentro de uma coroa de louros ou de uma mandorla (uma espécie de oval), símbolo de eternidade e vitória. Nos quatro cantos da carta, encontram-se os símbolos dos quatro evangelistas ou das quatro criaturas vivas: o anjo (ou homem), o touro, o leão e a águia, que também representam os quatro elementos, os quatro pontos cardeais, e as quatro direções da alma.

Esses elementos simbolizam a totalidade e a interconexão de todas as coisas. A figura central pode estar dançando ou em movimento, sugerindo que o fim de um ciclo é também o começo de outro, em um fluxo constante de evolução e crescimento. Incrível, não?


Significados em uma Leitura

Quando "O Mundo" surge em uma leitura, ele traz consigo um sentimento de realização e sucesso. Pode indicar que um projeto ou objetivo significativo está chegando a uma conclusão natural e satisfatória. O consulente pode estar experimentando um senso de completude, onde todos os aspectos de sua vida estão em harmonia e equilíbrio.

Aspectos Espirituais e Psicológicos

Espiritualmente, "O Mundo" representa a unidade com o universo. É a carta da autorrealização e da iluminação, onde a pessoa alcança uma compreensão profunda de seu lugar no cosmos. Psicologicamente, ela sugere integração, onde todos os aspectos da psique – consciente e inconsciente – estão alinhados e funcionando em harmonia.

Este arcano nos ensina que a verdadeira realização não é apenas alcançar um objetivo, mas entender e apreciar a jornada que nos levou até lá (novamente, guardem essa parte que já vamos somar com a outra que pedi para guardar na memória).  Ele enfatiza a importância de estar presente e consciente em cada etapa do caminho, reconhecendo que cada experiência, seja ela positiva ou negativa, contribui para nosso crescimento e evolução.


OU SEJA:

"O Mundo" é um dos Arcanos Maiores mais positivos e significativos do Tarot, representando a realização completa e a união com o todo. Ele nos lembra que a vida é uma jornada cíclica, onde cada fim é um novo começo. Para alcançar a plenitude que "O Mundo" promete, é essencial valorizar tanto o destino quanto o caminho que trilhamos até ele. Esta carta nos inspira a viver cada momento com consciência e gratidão, sabendo que cada passo nos aproxima da nossa verdadeira realização. Perceberam a sutileza do conceito de plenitude? Não é sobre realizar o que o consulente deseja: é sobre se encaixar com o seu caminho. No final vamos retomar isso, mas talvez você já tenha percebido onde eu quero chegar quando falarmos sobre o que nos aguarda na última parcela de 2024.




Segunda parada: A Mala do meu bisavô

Moacir Santana, nascido em São Gabriel no Rio Grande do Sul foi um diplomata, escritor… e meu bisavô! Entre outros fatores que não estariam em um Linkedin, ele também foi um excelente avô, figura carismática, nome de rua em Porto Alegre e quiromante. Hoje compartilho com vocês a história que ouvi muitas vezes de minha mãe. Moacir foi um avô muito amado e constantemente enquanto eu crescia ouvi as mais variadas histórias sobre ele das mais diferentes pessoas da família mas principalmente da minha mãe. E essa é apropriada para hoje porque… Bem, vocês já vão entender.



Como um avô dedicado e com uma imaginação ativa (herdada por alguns membros da família que o sucederam inclusive), vô Moacir dedicava-se em entreter as duas pequenas com histórias e pregava pequenas peças lúdicas para lhes aguçar a imaginação. Em um destes atos, costumava dizer-lhe que possuía uma mala na parte alta de um maleiro em seu armário; e esta mala continha um grande segredo: vô Moacir era na verdade um homem mui rico e o era porque dentro da mala, havia um tesouro! As duas meninas ficaram estupefatas com tal revelação e pediram que lhes mostrasse o conteúdo da mala, afinal de contas, que criança não haveria querer de ver um tesouro ao vivo e a cores?! Mas quando vô Moacir ia abrir a mala, com seu misterioso tesouro (o que haveria de ser?!)… Um barulho interrompeu a atividade secreta: em todas as vezes e tentativas ao longo dos anos seguintes. Ora um rangido da madeira do piso que denunciava que alguém estava vindo, ora vozes da vó Maria que também não podia saber deste segredo super secreto… Sempre havia um motivo.

A mala com o passar dos anos tornou-se o propósito pelo qual surgiu: uma história divertida e lá ficou no maleiro alto (ainda que deva denunciar aqui minha mãe e dizer que a mala sofreu tentativas de furto e arrombamento ao longo deste tempo com um banquinho alto como cúmplice).

A vida aconteceu e de forma precoce, vô Moacir veio a falecer. Já adulta, minha mãe ao visitar o antigo apartamento agora esvaziado, recordou da mala. “Será que está lá? Será que ainda existe?”. Abriu o antigo maleiro, vendo que agora não lhe parecia mais tão alto quanto na época. E qual foi sua surpresa quando ao abrir a porta, ali a encarando, estava ela: a mala. Uma valise que continha os segredos que tanto tempo lhe foram negados. Ousaria abrir?


Vô Moacir e a pequena Liège.


Tal como a carta “O Julgamento”, a penúltima carta da jornada dos Arcanos Maiores, Liège compilou por breves segundos seu caminho com a história da mala e tomou uma decisão. Abriu por fim a mala. O que havia lá dentro? Quando eu ouvi a história pela primeira vez, fui tomada por uma arroubo de imaginar dezenas de possibilidades e dentre elas, minha hipótese favorita era de que lá dentro haveriam inúmeros desenhos e mimos que o avô guardou recebidos das netas. E isso simbolizaria sua grande riqueza. Mas a vida é mais brincalhona do que podemos imaginar e nem sempre nossas expectativas são atendidas, de forma que Liège, ao abrir a mala, viu-se mirando para o forro da mesma, completamente vazio. Nada. Não havia nada na mala, nem nunca houve. Sei que as leitoras e leitores estão nesse segundo com o mais sincero desejo de fechar essa Newsletter diante desse anticlimax, mas peço para que me dêem a chance de chegar ao final do meu raciocínio.

Deixe-me recordá-los, queridos leitores da Newsletter, que desde a primeira edição, venho falando sobre a Jornada dos Arcanos do Tarot e de que cada carta compõe uma peça de um imenso quebra cabeças como cada evento da nossa vida compõe nossa Linha do Tempo. O que nos guia para as escolhas mais sofridas, é mirarmos somente no objetivo e não no todo.

Com o senso comum, concluímos que a mala era uma grande farsa. Mas para quem já afiou e ajustou o olhar para enxergar a jornada como grande prêmio, talvez já tenha entendido o que quero dizer: a mala sempre foi “O Mundo”. Este objeto que estava ali inerte e empoeirado, não estava vazio: ele continha todas as histórias contadas e não contadas daquele avô. Ela foi a desculpa para uma conexão através do lúdico. Aquele objeto retangular e sem graça continha dentro de si, a plenitude de um avô que mesmo partindo de forma precoce, sabia que havia cumprido seu papel com suas netas. A mala, senhoras e senhores, era O Mundo. O símbolo do fim de uma jornada, feita com toda sua plenitude no espaço que lhe foi concedido.



Terceira parada: a jornada de Cora


Em 22 de Fevereiro de 2022 (sim, a data parece inventada, mas foi exatamente essa), Cora me procurou para agendar uma consulta. Uma menina muito jovem e que estava muito ansiosa pois havia finalizado um relacionamento e desejava ansiosamente retornar para o seu companheiro. Logo no início as cartas predisseram que sim, seu companheiro um dia voltaria a ir atrás dela com o rabo abanando entre as pernas e se arrependeria muito de sua escolha… Maaaaaaaaas, isso poderia levar um tempo. Neste ínterim do “levar um tempo” muitas coisas aconteceram com Cora: situações familiares, amores, questões sobre amizade e muito crescimento profissional (sempre vi desde o primeiro momento mesmo não sendo o foco da consulta, que Cora fora feita para coisas grandes profissionalmente). Durante penosos meses, Cora me perguntou sobre o retorno do antigo companheiro. E as cartas sempre lhe disseram que ela teria uma opção quando ele retornasse: voltar para ele ou aceitar o novo. Inconformada, muitas vezes Cora não demorou em dizer que não lhe interessava o novo. Assim, acompanhei Cora em muitas desventuras, enquanto ao longo de cada uma, ela entendia o lugar que lhe cabia em sua Linha do Tempo. Cada vez mais, Cora ia entendendo que seu antigo companheiro não lhe traria sua plenitude. Hoje, com mais de dois anos desta história seguir seu curso, lhes informo que Cora está muito feliz com um novo companheiro digno de seu amor… E adivinhem quem começou a manifestar interesse e curiosidade sobre a vida de Cora? Ela chegou ao “Mundo”: entende o que seu caminho lhe trouxe, compreende seu lugar no mundo e recebe de braços abertos o que é seu.


P.S.: Antes de publicar essa Newsletter, procurei Cora (nome fictício) e lhe pedi autorização para falar sobre seu caso e perguntei a ela se ela sente que está no seu caminho certo. E a resposta foi sim. Cora hoje é completamente consciente de que seu caminho a coloca nos lugares que ela precisa, e a notei bastante feliz!



Quarta parada: onde 2024 chega na estação


Chegamos ao nosso “O Mundo”! O ápice da Newsletter: mas o que tem a ver este Arcano, a mala do meu bisavô e a Cora?!



É razoavelmente simples: da mesma forma que muitos consulentes não entendem em um primeiro momento que A Morte não é uma carta ruim ou sobre uma morte literal, ou que A Torre pode ser positiva dependendo do contexto… Muitos creem que O Mundo é sobre se obter aquilo que a gente quer. Pergunta rápida: assim como a Cora, quantas vezes você quis algo que não iria lhe fazer bem? Quantas pessoas você consegue pensar assim rapidamente na sua cabeça, você conhece e que querem coisas que você sabe que são danosas para elas? Concordam comigo que o desejo de um alcoólatra por exemplo será o álcool e que isso não necessariamente lhe trará a plenitude em sua jornada?

Eis a questão! Então quando tenho batido na tecla de que O Mundo irá ser o Arcano regente de Setembro em diante, muitos consulentes podem crer que terão seus pedidos atendidos tal qual Aladin, quando na verdade, O Mundo fala sobre a entrega ao ápice de uma jornada. Para quem esteve até aqui de peito aberto para lidar com os desafios que 2024 trouxe, a última porção do ano de 2024 trará a sensação de que se está trilhando o caminho correto: entendi a lição e agora em 2025 podemos iniciar um novo processo. Concluí o capítulo, compreendi os ensinamentos, me tornei quem eu precisava. Entender que a mala nunca teve um tesouro, a verdadeira riqueza era o tempo que passavam juntos, é a verdadeira compreensão de que estamos aqui para iniciar e finalizar várias jornadas e que nos apegarmos a um único objetivo é avesso a isso. Nem sempre sabemos o que é melhor para gente, não controlamos inteiramente o nosso destino. Chegamos em um ponto crucial de 2024 nas próximas duas semanas: podemos cooperar e fazer o que está sendo empurrado para nós desde o início do ano, ou podemos ficar que nem crianças birrentas jogados no chão suplicando por 3 pacotes de Cheetos que nos darão dor de barriga. E se levantarmos do chão, e entedermos isso, poderemos sair do mercado com uma fruta em uma mão, e um pacote de Cheetos na outra. Capicce? E isso não é sobre crianças e super mercado.



Um item para sua mala

Se você sente que está perdido, e chegou até aqui na Newsletter, vou te dar um presente para facilitar sua jornada. Você ganhou o direito a uma pergunta avulsa por estar aqui comigo em uma sexta disposta/o a pensar em sua jornada. Essa pergunta é válida até dia 23/08/2024! Pense com carinho: o que você sente que pode perguntar que lhe ajudaria a levantar do chão do mercado?





Com carinho,


A Cartomante.

 
 
 

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